Resignada
Dizem que minhas roupas revelam
palavras de seduzir, Que eleiam inocentes, a ponto de não resistir. Saio invisível, disfarçando uma culpa, que golpeia feito navalha. Conjecturando-se à desculpa, de uma justiça que deturpa e falha. E refletidos estão nos olhos, os gritos que não pude dar. Do veredicto dado em ferrolhos, levando a alma a sangrar. Resigno-me carente, amordaçada Culpada pelo que não desejei. Tentei falar, me fiz calada, amolgada às margens do que passei. E de alma violada, reduzida a pó, num sopro de mulher Vencida e só!
Dulcinéia Almeida
Enviado por Dulcinéia Almeida em 14/11/2020
Alterado em 10/07/2022 |